Proposta da Casse pode inviabilizar plano de saúde CASSE
A Casse colocou na ordem do dia proposta que chamou de “realinhamento”, para aumento das contribuições dos aposentados em índices que ultrapassam 100% (daqueles que recebem menores benefícios) e a segregação do plano.
Após proposta apresentada em reunião com dirigentes da Apabanese e Sindicato, estes contestaram e se comprometeram em apresentar estudos técnicos que comprovem tais contestações.
Na última sexta-feira, o atuário Rafael Máximo, contratado pela Apabenese e Sindicato, apresentou para representantes destas entidades, e para dirigentes e conselheiros da Casse a análise do relatório e o parecer. Os documentos utilizados tiveram por base dados fornecidos pelo Casse.
Após três horas de apresentação e debates, ficou claro para todos que a segregação do plano é inviável e fere os princípios de um plano de autogestão: mutualismo, ou seja, os participantes que usam menos o plano subsidiam os que usam mais; e o pacto intergeracional, ou seja, as gerações mais novas subsidiam as mais velhas. Sem esses princípios, inexistem tais planos.
Quanto a proposta de aumento dos inativos, o quadro é ainda mais devastador, pois o absurdo aumento não é só do titular, mas também dos seus dependentes. Quanto menor a soma dos benefícios recebidos do INSS e do Sergus, maior é o seu percentual. Somado a isso, é o titular quem banca o ou os agregados.
Sobre a situação, podemos tirar algumas conclusões: primeiro, o que se denomina de seleção adversa, ou seja, os que menos utilizam o plano, optam pela sua saída, do dependente e agregado, se houver; segundo, com reajuste de tal magnitude, os ativos e agregados teriam reajustes bem menores que os atuais para custear o plano, ou seja, o pacto multigeracional ao inverso. E terceiro, os inativos que recebem menores benefícios (que são maioria), e têm maiores custos, não lhes restam outro caminho, se não deixar o plano, além de muitas dívidas, que jamais poderão ser pagas.
Diante desta situação, não resta dúvidas da inviabilidade do plano. E está inviabilidade pode ocorrer por proposta da vontade da direção da Casse e não fundamentada em estudos técnicos que demonstrassem essa realidade, como assim fizemos, por entender que o papel de nossas entidades, além da defesa dos trabalhadores ativos e inativos, é também fundamentar nossas propostas com estudos técnicos com profissionais competentes, contribuindo com o fortalecimento de nossas instituições.
Antônio José de Gois
Coordenador Geral Apabanese
José Adilson Azevedo
Presidente SEEB/SE