A quem interessa a migração?

Por Executiva Apabanese

O objetivo da Previdência é garantir rendimentos ao trabalhador e à sua família na hora da inatividade. Também os planos de previdência complementar se enquadram nessa perspectiva. Isso garante tranquilidade ao segurado, que pode viver com serenidade a fase pós-laboral da vida.

A disponibilidade de quantias de dinheiro, inclusive de montantes expressivos, ajuda na inatividade, mas ainda está aquém de um programa previdenciário que proporciona ao segurado uma renda vitalícia, reversível em pensão para os dependentes. Com efeito, ninguém sabe quantos anos o segurado vai viver após a aposentadoria (se viver mais do que o previsto, o dinheiro acaba…) e o resultado financeiro da reserva previamente acumulada (a rentabilidade futura dos investimentos é incerta e pode ficar menor do que a projetada).

A migração para o Plano CD (de Contribuição Definida), atualmente em fase de estudo nas instâncias internas do SERGUS, significa transferir os recursos que garantem o benefício no plano de origem (do Plano Sergus Saldado) para o plano de destino (o Plano Sergus de Contribuição Definida), onde serão utilizados conforme as regras do regulamento deste último. Migrar significa trocar a proteção previdenciária segura (vitalícia, garantida por todos os participantes e com a ajuda do Patrocinador), por um dinheiro no nome do segurado, mas sem garantia de que será suficiente, podendo significar diminuir o valor do benefício ou até perdê-lo por esgotamento dos recursos de cobertura.

A quem interessa a migração?

Em primeiro lugar, interessa ao Patrocinador, que se livra do compromisso futuro de realizar eventuais aportes adicionais, em caso de déficit. Também interessa às pessoas que preferem pensar no curto prazo, abrindo mão de planejar em longo prazo e acreditam que os problemas e os imprevistos acontecem apenas com os outros e jamais com eles próprios. São os iludidos de sempre, que depois choram a falta de sorte, e os que defendem a privatização do banco.

A migração que estão propondo para o Plano BD Saldado significa o desmonte de um programa bem-sucedido de proteção solidária para adotar a lógica de “cada um por si” (individualismo), imaginando que os outros seriam o problema, desconsiderando que o apoio recíproco entre segurados e a ajuda do Patrocinador são longe de serem obstáculos, representam a solução de eventuais problemas futuros.

Quem tiver dúvidas, lembre-se dos Programas de Demissão Voluntária que aconteceram nos bancos nas últimas décadas. Quantos dos que aderiram e receberam boas indenizações em dinheiro vivo, hoje, não estão arrependidos?

Com a deliberação unânime dos participantes do SERGUS, recentemente o plano BD foi saldado, retirando os riscos dos reajustes salariais, cuidou-se melhor dos investimentos e os déficits dos anos passados foram resolvidos, sem a necessidade de cobrar contribuições extraordinárias dos participantes, ou seja, a migração não vem solucionar problemas dos participantes, mas vem enfraquecer a proteção previdenciária, e livrar o banco da responsabilidade do passivo atuarial.

Não deixem transformar a sua aposentadoria vitalícia numa conta de poupança com data de vencimento à vista. Não caia no canto da sereia!

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