Boletim Informativo Anapar 19/12

GT da Previdência apresenta sugestões para a previdência complementar

Por Patrícia Cunegundes – jornalista

Como noticiado na semana passada, a Anapar discutiu com integrantes do GT de Previdência da transição do governo federal pontos que considera essenciais para o aprimoramento do arcabouço legal da previdência complementar fechada e dos direitos e conquistas dos participantes e assistidos de fundos de pensão. O documento base dessa discussão é a agenda positiva elaborada pela entidade no primeiro semestre deste ano, que já havia sido apresentada para a equipe do plano de governo da chapa Lula-Alckmin durante a campanha.

A partir das conversas com a Anapar e outros atores do sistema fechado de previdência complementar, como associações de servidores públicos, representantes de entidades de previdência complementar e sindicatos, o GT de Previdência da transição apresentou o diagnóstico para o setor com pontos que consideram prioritários para o próximo governo, a serem implementadas nos primeiros 100 dias, com objetivo, entre outros, de disciplinar o ato regular de gestão, oferecendo mais segurança jurídica às decisões dos dirigentes e ao processo de supervisão baseada em risco, que deve ser aprimorada pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc).

Conheça aqui as medidas:

  1. Criação de GT quadripartite na área de previdência complementar, com representantes do Estado, dos participantes e assistidos, das patrocinadoras e das entidades, para uma revisão normativa do setor, a exemplo do que foi feito no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006);
  2. Possibilidade de suspensão temporária, já a partir de 1º de janeiro de 2023, das contribuições extraordinárias em consequência de planos de equacionamento de déficits;
  3. Melhorias dos processos de licenciamento, evitando a financeirização dos planos de previdência, com exigência de cobertura de invalidez, pensão por morte e sobrevivência, além de um percentual de contribuição que seja suficiente para custear a taxa de reposição dos benefícios dos servidores públicos ligados aos entes federativos obrigados pela Emenda Constitucional 103/2019 a implantar Regime de Previdência Complementar;
  4. Alteração ou revogação de 16 atos normativos da previdência complementar, incluindo a edição de novo decreto do processo administrativo sancionador, substituindo o Decreto nº 4.942/2003;
  5. Aperfeiçoamento da Resolução CMN (Conselho Monetário Nacional) nº 4.994, que regula os investimentos das entidades fechadas de previdência complementar, com reabertura do segmento de aplicação em imóveis e melhoria da carteira de infraestrutura, via FIP e debêntures de crédito;
  6. Revogação da Instrução Previc nº 42/2021, que obriga das EFPC a provisionarem risco de crédito dos ativos financeiros de seu portfólio a partir de 1º de janeiro de 2023;
  7. Revogação da Resolução CNPC nº 43/2021, que trata de marcação de títulos a mercado e valores mobiliários das EFPC;
  8. Revogação da Resolução CGPAR nº 37/2022, sobre parâmetros dos planos de benefícios dos empregados de estatais federais;
  9. Mudança na representação do Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) e da Câmara de Recursos da Previdência Complementar (CRPC), de forma a que se torne paritária, evitando-se conflitos de interesse dos representantes da Previc nos julgamentos administrativos dentro do CRPC;
  10. Solicitação para que a reunião do CNPC do dia 14/2 não deliberasse sobre qualquer nova proposta para o sistema – neste sentido, Cláudia Ricaldoni, representante dos participantes no CNPC, pediu vistas para as propostas sobre auditoria interna nas entidades e sobre o Plano de Gestão Administrativa (PGA), e agora tem 90 dias para elaborar o parecer. O prazo dos procedimentos de implantação do CNPJ por plano foi prorrogada para 30 de junho de 2023.

Reunião na Previc – Também no dia 14/12, Marcel Barros, presidente da Anapar, e Antonio Bráulio de Carvalho, diretor Administrativo-Financeiro da entidade, reuniram-se com José Roberto Ferreira Savóia, superintendente da Previc, para tratar de uma possível suspensão dos pedidos de retirada de patrocínio, até que a definição da nova estrutura da Superintendência, além de reforçar pontos estratégicos da Agenda Positiva da Previdência Complementar Fechada.

No apagar das luzes de 2022, patrocinadoras atacam direitos dos participantes

No fim de novembro, o banco Santander notificou o Banesprev sobre retirada de patrocínio dos planos I e II do Banesprev (exceção do plano Cabesp), DAB, DCA, Caciban e Sanprev I, todos na modalidade de Benefício Definido. Nesse sentido, a Afubesp elaborou um tira-dúvidas para os participantes dos planos e também realizou uma live para tratar do assunto.
Acesse aqui o tira-dúvidas e assista a live clicando aqui.

Entre os empregados e aposentados da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o clima também é de incerteza: sob a alegação de que a gestão da FIPECq não atenderia a exigência legal da “indispensável economicidade”, a Finep decidiu transferir o gerenciamento para a BB Previdência. A Associação dos Empregados da Finep (AFN) está mobilizada na defesa da manutenção do plano de previdência complementar sob a gestão da FIPECq. Leia mais em nosso site, clicando aqui.

 

Previdência
Justiça do Trabalho deve julgar diferenças salariais nas contribuições à previdência (Consultor Jurídico)

Resolução CNPC Nº 56 DE 14/12/2022 (Legisweb)

523 entes federativos já tiveram seus RPC aprovados pela Previc (Investidor Institucional)

Previdência privada projeta crescimento de 13% este ano (Monitor Mercanrtil)

Revisão da vida toda: jurídico da Fenae pode avaliar viabilidade da ação (Fenae)

Economia
Bancos públicos precisam voltar a atuar pelo desenvolvimento do país (Reconta Aí)

STF tira Bolsa Família do teto de gastos e pode dispensar Lula de PEC da Transição (Rede Brasil Atual)

Congresso derruba vetos e governo terá de compensar ICMS (Monitor Mercantil)

Aeronautas paralisam voos por 2 horas diárias a partir de segunda (Brasil Econômico)

Saúde 
2 anos de vacinas contra covid: o que aprendemos sobre resultados e efeitos colaterais (UOL)

ANS autoriza que 46 planos de saúde voltem a ser comercializados por 11 operadoras; veja quais (Infomoney)

Aprovação do Zolgensma aumenta pressão para criação de fundo para doenças raras (JOTA)

Fonte: Anapar